segunda-feira, 2 de junho de 2014

A Cruz é Algo Radical

A cruz de Cristo é a coisa mais revolucionária que já apareceu entre os homens.

A cruz dos velhos tempos Romanos não conhecia acordo; ela nunca fez concessões. Ela venceu todas as suas disputas matando o seu oponente e silenciando- o de uma vez para sempre. Ela não poupou Cristo, mas o matou assim como os outros. Ele estava vivo quando O penduraram naquela cruz e completamente morto quando O tiraram dela seis horas mais tarde. Isso era a cruz, a primeira vez que apareceu na história Cristã.

Depois que Cristo foi levantado da morte os apóstolos saíram para pregar Sua mensagem, e aquilo que pregavam era a cruz. Onde quer que eles fossem pelo mundo afora carregavam a cruz e o mesmo poder revolucionário ia com eles. A mensagem radical da cruz transformou Saulo de Tarso e o mudou de um perseguidor de Cristãos para um crente gentil e um apóstolo da fé. O poder da cruz transformou homens maus em bons. Ela livrou a longa escravidão do paganismo e alterou completamente toda a perspectiva moral e mental do mundo Ocidental. Tudo isto ela fez e continua a fazer enquanto for permitido permanecer sendo o que era originalmente, uma cruz.

Seu poder se foi quando foi mudada de algo de morte para algo de belo. Quando os homens fizeram dela um símbolo, pendurando- a aos seus pescoços como um ornamento ou fizeram seu esboço diante das suas faces como um sinal mágico para repelir o maligno, então ela se tornou na melhor das hipóteses um fraco emblema, e na pior das hipóteses um fetiche positivo. Como tal ela é venerada hoje em dia por milhões que não sabem absolutamente nada sobre o seu poder.

A cruz alcança seu fim pela destruição de um padrão estabelecido, a vítima, e cria um outro padrão, seu próprio. Assim, ela tem sempre seu estilo. Ela vence através da derrota do seu oponente e imposição da sua vontade sobre ele. Ela sempre domina. Ela nunca se compromete, nunca negocia nem concede, nunca renuncia um ponto por motivo de paz. Ela não se importa com a paz; ela se importa somente em acabar com sua oposição o mais rápido possível.

Com perfeito conhecimento de tudo isto Cristo disse, “Se alguém quer vir após mim, negue- se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga- me” (Mt 16:24). Assim a cruz não somente provoca um fim à vida de Cristo, ela também dá fim à primeira vida, a velha vida, de cada um dos Seus verdadeiros seguidores. Ela destrói o velho padrão, o padrão de Adão, na vida do crente e o conduz a um fim. Então o Deus que ressuscitou Cristo da morte ressuscita o crente e se inicia uma nova vida.

Isto, e nada menos, é Cristianismo verdadeiro, entretanto não podemos deixar de reconhecer a divergência crucial deste conceito daquele defendido pelos membros evangélico de hoje. Porém não ousamos qualificar a nossa posição. A cruz permanece bem acima das opiniões dos homens e para aquela cruz todas as opiniões devem finalmente ir para julgamento. Uma liderança superficial e mundana modificaria a cruz para agradar os entretenimentos loucos dos religiosos que terão a sua diversão mesmo dentro do santuário; mas agir assim é procurar desastre espiritual e se expor ao perigo da ira do Cordeiro transformado em Leão.

Devemos fazer algo com relação à cruz, e somente uma de duas coisas podemos fazer fugir dela ou morrer nela. Se formos tão imprudentes para fugir devemos por este ato pôr de lado a fé de nossos pais e fazer do Cristianismo alguma outra coisa exceto o que ele é. Então teremos deixado somente a vazia linguagem da salvação; o poder se apartará com nosso apartamento da verdadeira cruz.

Se formos sábios faremos o que Jesus fez; enfrentaremos a cruz e desprezaremos a vergonha pela alegria que está colocada diante de nós. Fazer isto é entregar todos os padrões das nossas vidas para serem destruídos e reconstruídos no poder de uma vida eterna. Descobriremos que isto é mais do que poesia, mais do que doce melodia e sentimento nobre. A cruz cortará em nossa vida onde ela fere mais, sem poupar nem a nós nem nossas reputações cuidadosamente cultivadas. Ela vai nos derrotar e levar nossas vidas egoístas a um fim. Somente então poderemos nos levantar em plenitude de vida para estabelecer um padrão de vida completamente novo, livre e repleto de boas obras.

A mudança de atitude em relação a cruz que vemos na ortodoxia moderna não prova que Deus tenha mudado, nem que Cristo tenha facilitado na Sua exigência de que carreguemos a cruz; antes significa que a Cristandade atual se afastou dos padrões do Novo Testamento. Até agora temos mudado tanto que isto pode necessitar nada menos do que uma nova reforma para restaurar a cruz para o seu lugar correto na teologia e vida da Igreja.

Extraído do livro: A Raiz do Justo - A.W.Tozer

quinta-feira, 22 de maio de 2014

5 Prioridades para o seu Primeiro Dia como Pastor


Ontem a congregação “instalou” você como o pastor da igreja. (Isso soa como algo que você faz a uma máquina de lavar louça, não é mesmo?). Houve orações, abraços, sorrisos, música, comida, fotos e agora é segunda-feira. Por onde você começa? Você sabe que precisa preparar excelentes sermões, discipular membros da igreja e fazer evangelismo. Mas como você de fato começa? O que você deveria fazer no seu primeiro dia?
Em certo sentido, você não deveria fazer absolutamente nada. Não, não fique em casa assistindo futebol. Só não pense que você precisa mudar tudo em três meses. Você pode ter o título, mas a posição de pastor é tanto conquistada quanto concedida. Há muito o que aprender a respeito da sua igreja antes de começar a fazer mudanças. Além do mais, Cristo prometeu que ele edificaria a sua igreja. Você não precisa tentar fabricar crescimento.
Com isso em mente, aqui estão cinco prioridades que você deve trazer para o seu primeiro dia de ministério.
Prioridade 1 –  Aprenda tudo o que você puder sobre as suas ovelhas (Envolvimento – 1 Pedro 5.1-4).
Você é um pastor. Bons pastores são tão próximos às suas ovelhas, que cheiram a ovelhas, e eles as conhecem pelo nome. Sugestões:  Leia as minutas de assembleias administrativas passadas. Aprenda tudo o que puder sobre a fundação da igreja. Qual era a declaração doutrinária original? Houve alguma revisão da declaração ou da confissão da igreja? Se sim, por quê? A igreja já sofreu divisão? Há alguma questão não resolvida?
Torne-se familiar dos "veteranos". Eles podem dar a você grande ajuda. Questione-os sobre tradições, histórias, políticas, etc. Desenvolva perguntas para fazer a cada membro da congregação, a fim de avaliar a saúde espiritual deles. O envolvimento que você ganha — e a confiança que você conquista — pode até mesmo ser mais valioso do que a informação que você juntará.
Prioridade 2 – Gaste tempo com a sua liderança (Humildade – Filipenses 2.5-8).
Sugestões:  Visite seus líderes em seus locais de trabalho. Descubra a respeito de suas famílias, sua história, seus dons e seus pontos fortes em liderança. Faça a eles as perguntas que você está planejando fazer à congregação. Pergunte a eles pelo que você pode orar, e como você pode melhor servir a igreja. Peça a avaliação deles sobre a saúde da congregação. Tenha uma lista de livros pronta para sugerir que eles leiam. Planeje um retiro com eles para que você aprenda mais sobre eles e eles sobre você. Diga a eles o que você espera aprender sobre a congregação. Discuta a história com eles. Quais eventos deveriam ser celebrados? Compartilhe as suas conversas evangelísticas. Envie e-mails para eles diariamente.
Servir os seus líderes servirá de modelo para eles sobre como servir a igreja. As primeiras pessoas que você tem de discipular são os seus líderes. Eles irão discipulá-lo também.
Prioridade 3 – Planeje a sua pregação (Os meios de Deus para o crescimento – Romanos 10.17).
Explicar e aplicar fielmente as Escrituras terá mais impacto na sua igreja do que qualquer outra coisa que você puder fazer. Pregar é a sua prioridade número 1, mas está listada aqui como número 3 por conta da progressão da linha de pensamento. A informação que você reunir influenciará no seu plano de pregação.
Visto que o evangelho é fundamental para louvor, evangelismo, discipulado, resolução de conflitos, casamentos e todas as outras situações com que a sua igreja lida, considere uma série inicial de exposições do Evangelho de Marcos ou 1 João. Esteja preparado todas as vezes que você pregar e pregue sermões excelentes.
Prioridade 4 – Encontre-se com pessoas que não estão na sua igreja (Considerar outros – Filipenses 2.4).
Encontre-se com pastores da região. Eles podem dar a você as impressões que têm da sua igreja e informações a respeito da comunidade. Considere orar publicamente por esse pastor e sua igreja no domingo seguinte.
Encontre-se com funcionários públicos da cidade. Quais mudanças estão acontecendo na comunidade? Quais são as necessidades que eles veem nela? Existe algo pelo que você possa orar? Existe algo que a sua igreja possa fazer?
Visite os vizinhos. Apresente-se às pessoas à sua volta. É impressionante o quanto você pode aprender, e ainda poderá conquistar muita confiança da qual vai precisar.
Embora as informações que você reunir desses indivíduos venham a ser úteis, procurá-los também proporcionará oportunidades evangelísticas.
Prioridade 5 – Plante uma árvore frutífera (ou um jardim) (Fidelidade – 1 Coríntios 4.2).
Coisas que produzem frutos precisam de cultivo e tempo, e observar uma árvore crescer lembrará você disso. Você começou uma maratona; mantenha o ritmo.
Exemplos:
Um pastor apresentou um plano ambicioso em seus primeiros dois meses para fazer a igreja crescer através de uma estratégia de alcance agressiva: mudar-se para um local mais visível e livrar o calendário de ministérios desgastados e inúteis. Nada do que ele propôs estava errado, mas sem conquistar a confiança para liderar, ele foi embora após nove meses. Por trás dele, estava um rebanho fraturado, ferido e castigado.
Outro pastor disse que não queria fazer nenhuma mudança por um ano enquanto não aprendesse o quanto pudesse sobre as pessoas. Agora, catorze anos mais tarde, ele os havia guiado por muitas mudanças que foram conquistadas por sua fidelidade publicamente no púlpito e, privadamente no ministério pessoal.
James Boice uma vez disse que normalmente superestimamos o que podemos fazer em um ano, mas subestimamos o que pode ser feito em dez. Se você é um pastor novinho em folha, defina agora as prioridades que, pela graça de Deus, darão frutos daqui a dez anos.
Tradução: Alan Cristie

terça-feira, 29 de abril de 2014

O Entretenimento na igreja é uma lepra

No final do século XIX, Spurgeon vislumbrou essa tendência de se trazer diversão para dentro da igreja. Na medida em que se alastrava a Controvérsia do Declínio, em 1889, a saúde de Spurgeon se tornava precária, e, por isso, ele deixou de pregar em vários domingos. Mas, em uma quinta-feira à noite, no mês de abril,

Spurgeon pregou no Tabernáculo uma mensagem na qual ele afirmou:

“Creio não estar procurando erros onde o erro não existe; mas não consigo abrir os olhos sem ver coisas sendo feitas em nossas igrejas que, há trinta anos, não eram nem sonhadas. Em termos de diversão, os professos têm avançado no caminho do relaxamento. O que é pior, as igrejas agora pensam que sua responsabilidade é entreter as pessoas. Discordantes que costumavam protestar contra a ida a um teatro, agora fazem com que o teatro venha a eles. Muitos [templos de igrejas] não deveriam receber licença para exibir peças teatrais? Se alguém fosse sério em exigir obediência às leis, não teriam de obter uma licença para que suas igrejas funcionassem como teatros?

Tampouco ouso falar a respeito do que tem sido feito nos bazares, jantares beneficentes, etc. Se estes fossem organizados por pessoas mundanas decentes, não poderiam alcançar melhores resultados? Que extravagância ainda não foi experimentada? Que absurdo tem sido grande demais para a consciência daqueles que professam ser filhos de Deus e que não são deste mundo, mas chamados a andar com Deus em uma vida de separação?

O mundo considera as altas pretensões de tais pessoas como hipocrisia; e, de fato, não conheço outro termo melhor para classificá-las. Imaginem aqueles que gostam da comunhão com Deus brincando de tolos, com roupas teatrais! Falam acerca do lutar com Deus na oração em secreto, mas fazem malabarismo com o mundo em uma jogatina irreconciliável. Será que isto está correto? O certo e o errado trocaram de lugar? Sem dúvida, existe uma sobriedade de comportamento que é coerente com a obra da graça no coração, e existe uma leviandade que indica que o espírito maligno está em supremacia.

Ah! senhores, pode ter havido uma época em que os cristãos eram por demais precisos, mas não é assim em meus dias. Pode ter existido uma coisa espantosa chamada rigidez Puritana, mas eu nunca a vi. Agora estamos bem livres desse mal, se é que ele existiu. Já passamos da liberdade para a libertinagem. Ultrapassamos o dúbio e caímos no perigoso, e ninguém pode profetizar onde haveremos de parar. Onde está a santidade da igreja de Deus hoje?... Ela não passa de algo turvo, tal qual um pavio que fumega; é mais um objeto de ridicularização do que de reverência.

Será que o grau de influência de uma igreja não pode ser medido por sua santidade? Se grandes hostes daqueles que professam ser cristãos fossem, quer em sua vida familiar, quer em seus negócios, santificados pelo Espírito, a igreja se tornaria uma grande potência no mundo. Os santos de Deus poderão lamentar juntamente com Jerusalém, ao perceberem que sua espiritualidade e santidade estão em níveis baixíssimos! Outros podem considerar isto como algo que não trará qualquer consequência; porém, nós o vemos como o irromper de uma lepra.”

Eis o desafio para a igreja de Cristo: "Purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus" (2 Co 7.1). Não é a engenhosidade de nossos métodos, nem as técnicas de nosso ministério, nem a perspicácia de nossos sermões que trazem poder ao nosso testemunho. É a obediência a um Deus santo e a fidelidade ao seu justo padrão em nosso viver diário.

Precisamos acordar. O declínio é um lugar perigoso para ficarmos. Não podemos ser indiferentes. Não podemos continuar em nossa busca insensata por prazer e auto-satisfação. Somos chamados a lutar uma batalha espiritual e não poderemos ganhá-la apaziguando o inimigo. Uma igreja fraca precisa se tornar forte, e um mundo necessitado precisa ser confrontado com a mensagem de salvação; e talvez haja pouco tempo para isso. Como Paulo escreveu à igreja em Roma: "Já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz" (Rm 13.11,12).
C. H. Spurgeon

domingo, 20 de abril de 2014

Ele Tem Dito !!!

“Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.” (Hebreus 13.5)

Se apenas pudermos compreender estas palavras pela fé, nós temos uma arma que tudo vence, em nossa mão. Qual dúvida não será morta por esta espada de dois gumes? Qual temor há que não cairá ferido com uma ferida mortal produzida por esta flecha do arco da aliança de Deus?
Não serão as angústias da vida e as dores da morte; não serão as corrupções interiores, e as armadilhas externas; nem as provações de cima, e as tentações de baixo, tudo parece, senão aflições leves, quando podemos nos esconder sob o baluarte de "Ele tem dito?" Sim; para nos deleitarmos com a nossa quietude, ou para termos força em nosso conflito, "Ele tem dito" deve ser o nosso descanso diário. E isto pode nos ensinar o grande valor de examinar as Escrituras. Pode haver uma promessa na Palavra que se encaixe exatamente no seu caso, mas você talvez não a conheça, e, portanto, você perde o seu conforto.
Vocês são como prisioneiros em um calabouço, e pode haver uma chave na maçaneta que iria abrir a porta, e vocês poderiam ser livres, mas se vocês não olharem para isto, vocês podem estar presos ainda, mas a liberdade está tão perto da mão. Pode haver um medicamento potente na grande farmacopeia das Escrituras, e vocês ainda podem continuar doentes a menos que analisem e examinem as Escrituras para descobrirem o que "Ele tem dito."
Também, vocês não leriam a Bíblia guardando ricamente em suas memórias as promessas de Deus? Vocês podem trazer à lembrança as palavras de grandes homens; podem entesourar os versos de poetas renomados; vocês não deveriam ser profundos em seu conhecimento das palavras de Deus, de modo que pudessem ser capazes de citá-las facilmente quando fossem solucionar uma dificuldade, ou derrubarem uma dúvida? Uma vez que "Ele tem dito" é a fonte de toda a sabedoria, e a fonte de toda a consolação, deixe isto habitar ricamente em vocês, como "uma fonte de água que jorra para a vida eterna." Então vocês crescerão saudáveis, fortes e felizes na vida divina.

Charles Haddon Spurgeon

quarta-feira, 26 de março de 2014

A gloriosa tarefa de negar a mim mesmo

Quando me defronto a esta formidável e gloriosa tarefa de negar-me a mim mesmo, tomar a cruz e seguir ao Senhor Jesus Cristo, dou-me conta de que devo andar por este mundo como Ele andou.

Quando percebo que nasci de novo e fui modelado por Deus conforme a imagem do Seu bem-amado Filho, e quando me ponho a perguntar: «Quem sou eu para viver assim? Como posso alimentar a esperança de fazer isso?» — eis a resposta: a doutrina do Espírito Santo, a verdade de que o Espírito Santo habita em nós. Que ensina ela? Primeiramente, faz-me lembrar o poder do Espírito Santo que está em mim.

O apóstolo Paulo já o dissera, no versículo 13 (de Romanos 8) . . . «Se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se pelo Espírito mortificardes os feitos do corpo, certamente vivereis». Aqui ele volta ao mesmo ensino: «Pois Deus não nos tem dado.espírito de covardia».

O que, em outras palavras, ele está dizendo aos romanos é: «É preciso que compreendais que não estais vivendo por vós mesmos. Haveis pensado nesta vossa tarefa como se vós somente, e por vós mesmos, tivésseis que viver a grandiosa vida cristã. Entendeis que estais perdoados, e podeis agradecer a Deus que vossos pecados foram cancelados e lavados, mas parece que pensais que isso é tudo e que vos deixaram para que vivais por vossa conta a vida cristã. Se pensais desse modo», diz Paulo, «não admira que estejais sob o espírito de covardia e servidão, pois não tendes esperança nenhuma de viver esta vida cristã, e, dessa maneira, tendes uma nova lei que é infinitamente mais difícil do que a antiga. Mas a situação não é essa, porquanto o Espírito Santo habita em vós».

Spiritual  Depression,  p. 169,70

segunda-feira, 17 de março de 2014

Conhecer a DEUS !!

Por que somos como somos? Por que há tantas falhas em nossas vidas, e tanto pecado? A resposta acha-se aqui: simplesmente não conhecemos a Deus! "Pai justo", disse o Senhor Jesus, "o mundo não te conheceu; mas eu te conheci" "Oh", disse Ele, "se eles tão somente te conhecessem, não viveriam como vivem, mas não te conhecem!" Eles falam de Deus, e argumentam, mas não O conhecem. "Pai justo, o mundo não te conheceu." Mesmo conosco, que somos cristãos, o problema é que não conhecemos a Deus. Esqueçam das suas fórmulas, esqueçam-se de si próprios, e daquilo que os está mantendo na fossa. Não é esse o seu problema. A sua natureza é corrupta, e se vocês se livrarem desse problema particular, terão alguma outra coisa contra o que lutar. O verdadeiro problema é que não conhecemos a Deus. Os homens que buscavam a Deus e buscavam a Sua face é que foram mais santos. O de que necessitamos primordialmente não é de alguma experiência, é deste conhecimento de Deus, dos atributos de Deus - Sua glória, Sua inefabilidade, Sua santidade, Sua onipotência, Sua eternidade, Sua onisciência, Sua onipresença. Se eu e você simplesmente tivéssemos a percepção de que onde quer que estivermos, e o que quer que fizermos, Deus nos estaria vendo, isso transformaria as nossas vidas!

Dr. Martyn Lloyd-Jones

sexta-feira, 14 de março de 2014

Sansão Exemplo para a Igreja de Hoje ?

Texto base: Jz 16:4 ao 31 e 1Jo 2.16


Antes de falarmos sobre o Jz 16, vamos resumir rapidamente a história de Sansão que se encontra em Jz 13, de acordo com a sua descrição na bíblia hebraica, Shamshoun ou Sansão que significa "homem do sol", foi um nazireu que significa "separado para DEUS" (os votos de um nazireu estão descritos em Nm 6:2-8), filho de Manoá, nascido de mãe estéril Jz 13:2, e que não só julgou israel mas liderou os israelitas contra os filisteus durante vinte anos Jz 15:20. Ele era da tribo de Dã e foi o décimo terceiro juiz de Israel, sucedendo a Abdon e antecedendo a Elias.

Mas é em Jz 16, que vemos algo interessante na vida de Sansão e que muito se assemelha com Israel, pois Israel tem um histórico Cíclico de desobediência e é aqui neste capítulo, que a bíblia tipifica claramente em Sansão este histórico, e que deve ser tomado como um aviso para a Igreja de hoje, mas antes de falarmos deste capitulo 16, temos que lembrar um pouco desta condição cíclica de Israel, vemos nos livros de Juízes e 1 Samuel que Israel é julgada por 15 vezes e o Senhor usou quinze pessoas distintas para julgar israel, apesar de os dois últimos Juízes estarem contidos no livro de 1 Samuel a maior parte dos juízes estão contidos mesmo no livro de "JUÍZES".

Durante todo o livro de juízes vemos o grande problema de israel, que era não se manter fiel a DEUS, Israel era facilmente seduzida pela "gloria" das nações ao seu redor, e por não conseguir se manter fiel, se deixava seduzir, e então, era oprimida, e apos a queda,  o Senhor então, levantava um Juiz, que a julgava pelas suas atitudes, israel se arrependia, era restaurada, e pouco depois, iniciava-se o ciclo novamente, e, isto se dá por 15 vezes entre o livro de Juízes e 1 Samuel, mas, a bíblia não só tipifica esta atitude de israel na vida de Sansão, mas na vida de outros profetas também, mas este é um outro assunto.

Posto isto, vamos então analisar o texto de Jz 16:4 ao 31

Em resumo, vemos que Sansão se apaixona por uma estrangeira chamada Dalila, e os filisteus já sabendo de sua fraqueza, propõem a esta, que seduza Sansão para que ele conte a ela o segredo de sua força, para que eles então, possam o matar. É neste capítulo que vemos a tipificação do estado cíclico de israel na vida de Sansão, e através destes 4 estados descritos nesta narrativa, podemos tirar 4 lições para nossas vidas.

1º estado: Sedução, Israel se deixa "seduzir pela beleza" das nações ao seu redor, já Sansão, se deixa "seduzir pela beleza" de uma mulher estrangeira chamada Dalila, é aqui que vemos tento em Israel quanto em Sansão a cobiça dos olhos 1Jo 2.16.

1ª lição: Foco: Para não cairmos nos mesmos erros que Israel e Sansão devemos ter foco e para servimos com excelência a Cristo devemos colocar a nossos valores em ordem e impor um foco para nossas vidas, a Bíblia nos diz em que devemos focar, em:
1º lugar: Em Deus, em seu reino, e na sua justiça Mt 6:33;
2º lugar: Devemos escolher a boa parte Lc 10:41-42;
3º lugar: Como diz o apostolo Paulo em Fp 3: 13-14, o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

Ao contrário do exemplo de Israel e Sansão, não podemos jamais nos deixar levar pela aparente "beleza do mundo", mas temos que adotar um modo de viver íntegro e honesto, que a Bíblia chama de “fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que possamos subjugar o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e andar em comunhão com Deus Rm 8:5-17.

2º estado: Opressão, Israel é oprimido pela nação ao qual se deixou seduzir, neste caso Sansão é oprimido pelos filisteus através da insistência de Dalila, sansão então é derrotado aqui vemos a cobiça da carne 1Jo 2.16,ou seja, a insistência em se manter no pecado, e ele não aparece de uma hora para outra, Vejamos o que a bíblia diz em Tg 1:13-15.

2ª lição: Veja que, tanto Israel quanto Sansão ao se deixarem seduzir, e passam então, a ser oprimidos por esta "sedução", se tornando "escravos", e é assim conosco também, o pecado além de escravizar nos mantem separados de DEUS, e pós sermos escravizados, passamos a ser oprimidos por ele, a condição pecaminosa muitas vezes traz para o indivíduo um estado de reclusão, vergonha, baixa estima etc..., veja que Paulo chama o pecado de obras da "carne" em Gl 5:19-21 e neste mesmo texto o Senhor através de Paulo nos da o remédio contra as "obras da carne", que esta descrito em Gl 5:22-26.

3º estado: Julgamento, O Senhor levantava o juiz que então alertava a israel a cerca de seu mal caminho, para que esta pudesse se enxergar ou seja se arrepender, mas vemos que pela sua relutância em se arrepender o povo era quase que dizimado e o arraial praticamente destruído, e igualmente neste estado, vemos então um sansão derrotado, já sem a presença do Espirito Santo em sua vida, mas ele ainda se levantar contra os filisteus com suas próprias forças, ou seja, da mesma maneira que israel, relutava ates de se arrepender, e sansão agiu da mesma maneira, e se analisarmos a nossa vida, muitas vezes agimos desta maneira também, e esta é a soberba da vida, ou seja. achar que somos autossuficientes, que podemos todas as coisas com a força do nosso braço.

4º estado: Arrependimento, mas quando israel chega a este estado, podemos ver então o quanto a nação estava destruída e cheia de altares em seu território, assim foi também com sansão, que foi levado cativo para o seu palácio, transformado em escravo, e por ultimo bobo da corte, assim como o inimigo festejava em israel, construindo em seu território os postes-ídolos, assim foi também com sansão, a festa que os filisteus fizeram em sua volta, transformando-o em bobo da corte, e muito mais que isto, este é o nosso estado também quando pecamos, e isto não é somente uma questão física, ou seja, cada vez que Israel caia, levantava-se um poste-idolo ou seja um altar a satanás dentro de seu território, é assim foi com sansão e é assim com a igreja também, toda vez que pecamos, há festa no inferno e é levantado um altar em comemoração a isto.

4ª lição e Conclusão

Mas Deus pela sua infinita misericórdia, restaurava israel, restaurou a força de sansão um última vez e pode nos restaurar também, basta olharmos os erros de Israel e pararmos de achar que podemos brincar com o Senhor, temos que nos arrepender, nos humilhar e voltar os nossos olhos para o Senhor, pois ele é o nosso único refúgio.
"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra." (2 Crônicas 7.14).

Que o Senhor possa Falar aos nossos Corações

Carlos Xavier